terça-feira, 24 de junho de 2014

GRUPO E APRENDIZAGEM

Lewin (1988) mostrou que a percepção e a aprendizagem ocorrem no contexto de um campo grupal que é, por sua vez, articulado a um campo social. A dinâmica dos grupos inclui os processos de formação de normas, comunicação, cooperação e competição, divisão de tarefas e distribuição de poder e liderança. Esses processos são relacionados à aprendizagem no e pelo grupo (Lewin, 1988; Mailhiot, 1991). O grupo é o contexto onde se pode reconstruir e criar significados, vivenciar e re-significar questões, através da troca de informações, do insight, da identificação e outros processos (Ribeiro, 1995). O grupo funciona como um campo de referências cognitivas e afetivas, onde o sujeito se integra e se reconhece, podendo tanto bloquear quanto estimular processos criativos e críticos. Enriquez (1997) afirma que, combinando relações de produção e de afeto, o pequeno grupo oferece manifestações de organização, expressão, solidariedade e criatividade que remetem ao contexto social. Sendo portador de um projeto, o grupo é ao mesmo tempo analista e ator de sua ação, contribuindo para produzir sua consciência no contexto de sua ação. 

O PROCESSO GRUPAL E A EDUCAÇÃO DE 
JOVENS E ADULTOS

Elaborado nos anos 1950, o método Paulo Freire manteve os procedimentos técnicos iniciais mas incorporou novas idéias ao longo das décadas, vindo a se definir como uma “Pedagogia da Autonomia”, com ênfase na dialogicidade, na autonomia do sujeito e sua inserção na cultura (Freire, 2003). As idéias construtivistas embasavam novas experiências, citando-se o exemplo do Grupo de Estudos sobre Educação– Metodologia de Pesquisa e Ação, no Rio Grande do Sul (GEEMPA, 1986). Enfatizam uma metodologia que impulsione e sustente, para o educando, a construção de um processo de significação da realidade. . Tanto na abordagem de Freire quanto na construtivista, o educando é um ser integral, para quem cognição, afeto e sociabilidade estão entrelaçados. Compreender e interpretar o mundo são processos que envolvem as dimensões sócio-cognitiva e sócio-afetiva. Esta concepção se beneficiaria da relação com a psicologia social, justamente pela sua vinculação aos processos comunicacionais e grupais. Se letramento é uma prática social, e cognição e interpretação são processos sociais, é necessário compreender como o vínculo social pode facilitar e impulsionar a aprendizagem. 

Fonte: http://www.scielo.br/pdf/pe/v14n4/v14n4a11

Por: Erica Lopes

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